O Ministério Público do Paraná (MPPR), por meio do Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na manhã desta sexta-feira (12) a Operação Derby. A ação investiga possíveis tentativas de aliciamento de atletas do Londrina Esporte Clube para a prática de crimes de manipulação de resultados em partidas de futebol.
A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão e dois mandados de busca pessoal nas cidades de Salvador (BA) e Itapema (SC). A ação contou com o apoio dos núcleos do Gaeco da Bahia e de Santa Catarina, além do Batalhão de Policiamento de Choque da Polícia Militar da Bahia.
Segundo as investigações, o fato central teria ocorrido em 26 de abril deste ano, horas antes da partida entre Londrina e Maringá, válida pela Série C do Campeonato Brasileiro. Suspeitos, que a princípio seriam empresários, teriam contatado três jogadores do time londrinense.
A proposta investigada era de que ao menos um dos atletas recebesse a quantia de R$ 15 mil para forçar e receber um cartão amarelo nos primeiros 27 minutos do jogo.
As investigações foram iniciadas após o próprio Londrina Esporte Clube relatar a tentativa de aliciamento à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A informação foi posteriormente encaminhada à Delegacia de Polícia Federal de Londrina e, na sequência, repassada ao Gaeco para aprofundamento das apurações.
Em nota oficial divulgada nesta sexta-feira, o Londrina Esporte Clube SAF reafirmou seu compromisso com a integridade e a transparência no esporte e declarou ser “veementemente contra qualquer forma de manipulação de resultados”, assegurando que continuará a colaborar com as autoridades competentes.
Os crimes contra a incerteza do resultado esportivo estão previstos na Lei Geral do Esporte (Lei 14.587/2023), com penas que podem variar de dois a seis anos de reclusão, além de multa. A operação, batizada de “Derby” em alusão ao clássico regional, segue em andamento para identificar todos os envolvidos e a extensão do esquema criminoso.
Foto: Divulgação/LEC